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Jardim, Nioaque e Anastácio (MS) – O Comando Militar do Oeste (CMO) realizou, nos dias 12 e 13 de julho, a 13ª Jornada Cultural da Retirada da Laguna. O ano de 2017 marca os 150 anos desse episódio da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870). A data foi rememorada com visitas aos principais pontos históricos por onde a tropa brasileira passou. A Jornada reuniu autoridades militares e civis, estudantes e professores de universidades, de escolas locais e integrantes de instituições culturais.

A Retirada da Laguna ocorreu de 8 de maio a 11 de junho de 1867, onde localizava-se a então Província de Mato Grosso, hoje o estado de Mato Grosso do Sul. Com a invasão pelos paraguaios nessa região, estabeleceu-se, em 1867, a Força Expedicionária Mato Grosso, sob o comando do Coronel Carlos de Moraes Camisão. Com efetivo de cerca de 1.700 homens, ele partiu em direção ao Paraguai. Após atingir a estância Laguna, em solo paraguaio, o Coronel decidiu retrair, por ter limitações de suprimento e de meios de combate, iniciando assim a Retirada da Laguna.

Na cidade de Jardim, está localizado o Cemitério dos Heróis, onde foram enterrados dezenas de integrantes da Força Expedicionária, muitos abatidos pelo cólera. Entre esses destacam-se o comandante Coronel Carlos de Moraes Camisão e o sub-comandante Tenente-Coronel Juvêncio Manoel Cabral de Menezes, e o morador da região José Francisco Lopes, que ficou conhecido por “Guia Lopes”, por ter literalmente guiado a tropa durante a Retirada. Porém, desde a década de 1940, esses três tiveram seus restos mortais trasladados para o Monumento aos Heróis de Laguna e Dourados, no Rio de Janeiro (RJ).

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Além de visitarem o Cemitério dos Heróis, os participantes da Jornada Cultural reviveram momentos dessa epopeia por meio de apresentações teatrais; transpuseram o Rio Miranda (na cidade de Jardim) em ponte construída pela 4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada (4ª Cia E Cmb Mec) e percorreram trechos de mata, vivenciando, assim, os passos daqueles que foram para o campo de batalha.

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Outra cidade palco da Guerra foi Nioaque, onde cerca de 150 pessoas entre militares e civis encenaram a passagem da tropa paraguaia pelo povoado, que o deixou incendiado e saqueado e preparou uma armadilha para quando a tropa brasileira, que estava em campanha, retornasse ao local. De acordo com os relatos históricos, os oponentes teriam deixado na igreja de Nioaque um barril de pólvora para explodir ao ser acionado um isqueiro, deixado propositalmente, no interior da mesma. O evento, coordenado pelo 9º Grupo de Artilharia de Campanha (9º GAC) já se tornou referência no município de Nioaque, onde a praça, denominada Praça dos Heróis, possui um monumento construído com restos de madeira da igreja onde ocorreu a explosão.

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A visitação terminou em Porto Canuto, na cidade de Anastácio, onde ocorreu o fim da marcha. Naquele local, o 9º Batalhão de Engenharia de Combate (9º BE Cmb) mantém um monumento erguido em homenagem aos sobreviventes da Retirada. Dos cerca de 1700 homens que saíram em retirada da estância Laguna, 700 chegaram a Canuto, localizado à margem direita do Rio Aquidauana.

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Foram dois dias de aprendizado, rememorações, homenagens e, sobretudo, “exaltação aos valores”, como frisaram o General de Brigada José Carlos Braga de Avellar, Comandante Militar do Oeste (interino) e o General de Brigada Severino de Ramos Bento da Paixão, Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, presentes à 13ª Jornada Cultural da Retirada da Laguna.

 

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