Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Início do conteúdo da página

HISTÓRICO DO COMANDO MILITAR DO OESTE

            A História do Comando Militar do Oeste é a própria história da presença militar do Exército na Fronteira Oeste.

            Com a fundação da Capitania de Mato Grosso em 1748, por desmembramento da Capitania de São Paulo, o 1º Capitão-General nomeado - Dom Rolin de Moura Tavares - chegou àquelas paragens com uma Companhia de Dragões. Esta tropa de cavalaria destinava-se a guarnecer as novas fronteiras conquistadas pelos bandeirantes. Aí está o início da presença militar na Fronteira Oeste, embrião do futuro Comando Militar do Oeste.

            Em 1752, foi criada a 1ª capital da Capitania: Vila Bela da Santíssima Trindade, na margem do Rio Guaporé (Cuiabá só viria a se tornar capital em 1835). Em 1754, por proposta de Alexandre de Gusmão - secretário do Rei de Portugal e para delimitar as terras portuguesas e espanholas definidas pelo Tratado de Madri de 1750, foi instalado o “Marco do Jauru” na confluência do Rio Jauru com o Rio Paraguai. Hoje, o Marco, que é uma das figuras no símbolo do CMO, encontra-se localizado na praça central de Cáceres.

            Por orientação do Marques de Pombal, para consolidar os termos do Tratado de Madri, em 1766, o Governador da Capitania - Morgado de Mateus - decidiu implantar na margem do Rio Iguatemi, a Colônia de Nossa Senhora dos Prazeres (Forte Iguatemi). O Forte foi destruído onze anos depois pelos espanhóis.

            Em 1771, o Capitão da cavalaria portuguesa Dom Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres foi nomeado “Governador e Capitão-General do Mato Grosso e Cuiabá”, constituindo-se no 4º Governador da Capitania.

            Mello e Cáceres iniciou a defesa das fronteiras contra incursões externas, criando Fortes e lançando as sementes da povoação, tais como: o Presídio (na época, denominação de fortaleza) de Coimbra fundado em 1775, o qual mais tarde veio a denominar-se Forte de Coimbra e o Forte Príncipe da Beira em 1776. O Forte de Coimbra proporcionou as condições de segurança favoráveis para a instalação de três praças fortificadas: Albuquerque, que deu origem a Corumbá; Mondego, que originou Miranda; e Vila Maria, a atual Cáceres.

            Outro fato relevante, ainda no Período Colonial foi a investida de Dom Lázaro de Rivera - Governador de Assunção, tentando conquistar o Forte de Coimbra em 1801, não logrando êxito devido a negativa de rendição e tenaz resistência imposta por Ricardo Franco de Almeida Serra, o construtor do Forte em alvenaria e seu comandante por três vezes.

            Por intermédio do Decreto Real de 1º de outubro de 1821, o Príncipe Regente Dom Pedro criou o “Governo das Armas da Capitania de Mato Grosso”. No ano seguinte, com a Independência, este comando militar passou a chamar-se “Governo das Armas da Província de Mato Grosso”, sendo considerado como origem da 9ª Região Militar.

            Em dezembro de 1864, no início da Guerra do Paraguai após obstinada resistência da guarnição do Forte sob o comando do Ten Cel Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero e devido ao absoluto esgotamento da munição, o Forte foi evacuado pelos brasileiros e ocupado pelos paraguaios. A reocupação pelos nacionais só viria a ocorrer ao término do conflito.

            Outra ocorrência importante, foi na Colônia Militar dos Dourados, cenário do célebre episodio de Antonio João Ribeiro na defesa do solo pátrio, quando, por ocasião da invasão paraguaia, mandou mensagem a seus superiores em Miranda dizendo: “Sei que morro, mas o meu sangue e de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria”. Dourados nessa narrativa refere-se ao Rio dos Dourados, atualmente no município de Antonio João, e não à localidade de Dourados, a qual veio a surgir somente em 1935.

           De Coimbra, a ocupação paraguaia estendeu-se a Corumbá, abandonada e desprotegida, ficando por dois anos e meio em poder do invasor, inclusive com bloqueio do Rio Paraguai. A situação perdurou até que tropas vindas de Cuiabá, comandadas pelo Ten Cel Antonio Maria Coelho, realizando a travessia dos pantanais em igarités (canoas de um pau só), fizeram a “Retomada de Corumbá”.

           No final do século XIX a República foi proclamada e com ela novas mudanças surgiram no dispositivo militar da Fronteira Oeste, passando por sucessivas transformações até chegar ao CMO da atualidade: 7º Distrito Militar em 1891; 13ª Região de Inspeção Permanente em 1908; 1ª Circunscrição Militar em 1915; 9ª Região Militar em 1934; 9ª RM/9ª DE em 1980; CMO/9ª RM/9ª DE em 1985 (criação do CMO); CMO/9ª DE em 1989 (desmembramento da 9ª RM); e CMO propriamente dito em 2005.

            Outros acontecimentos e personagens relevantes da presença militar na Fronteira Oeste a honrar a história do Comando Militar do Oeste tiveram destaque num passado mais recente. No início do século XX, o Marechal Rondon, nascido em Mimoso – Distrito de Santo Antonio do Leverger/MT, partindo de Aquidauana, percorreu as terras e os rios que cortam a imensa região Oeste do Brasil com seu inestimável trabalho de consolidação das fronteiras e integração territorial e humana das diversas tribos indígenas que habitavam aqueles rincões.

          Posteriormente, em 1932, no contexto da Revolução Constitucionalista de São Paulo, o General Bertoldo Klinger, então comandante da 1ª Circunscrição Militar em Campo Grande (futura 9ª RM), liderou elementos de tropas sul-mato-grossenses em apoio aos revolucionários e criou o Estado de Maracaju, aproximadamente o atual Mato Grosso do Sul, vindo a empossar o Prefeito de Campo Grande Dr Vespasiano Barbosa Martins, como Governador. Com o insucesso da Revolução, o Estado criado à revelia da Federação foi desfeito, mas continuou latente a aspiração regional pela divisão de Estados, posteriormente concretizada pelo Presidente Geisel em 1977.

           O Comando Militar do Oeste se orgulha não só pela consciência de conduzir nos ombros sua missão constitucional, mas, sobretudo, o legado cívico e moral de sua gloriosa história nessa rica e estratégica parcela do território nacional. Após lançar o olhar ao passado e dar um salto no tempo, verificamos o valor e o legado da presença militar na Fronteira Oeste.

registrado em:
Fim do conteúdo da página