O Bicentenário do Forte de Coimbra
Texto: Capitão José Lourenço Parreira
Há 46 anos era celebrado o bicentenário de Coimbra: 1775 - 13 de setembro - 1975.
O Comandante do Forte era o Major de Artilharia Lister Marino Viegas. Para lá, convergiram os Comandantes do então II Exército, da 9ª Região Militar e da Brigada de Corumbá.
A tropa desfilou sob o comando do Capitão de Artilharia Paulo Cesar Nogueira e as frações sob os comandos dos então, 1º Tenente Nelson Marcelino de Faria Filho (mais tarde, Comandante da 9ª RM, como General) e 1º Tenenten Sergio Dias da Costa Aita.
Para o magnífico desfile, formou-se um grande conjunto de Bandas com as Bandas de Música das Unidades sediadas em Cáceres-MT, Cuiabá-MT e Corumbá-MT (atualmente MS).
O desfile foi ao som do dobrado Batista de Mello que, em uma de suas letras, assim diz: "...nasceu com sorte, quem nasceu brasileiro. Mas também nasceu forte, quem nasceu artilheiro!..". Após o desfile, várias autoridades militares, civis, em especial historiadores, visitaram o Forte Histórico.
Na Capela do interior do Forte, foi colocada a Imagem Histórica de Nossa Senhora do Carmo que ali fora entronizada pelo herói Ricardo Franco de Almeida Serra, em 1798!
Um dos pontos altos da cerimônia militar dos 200 anos de Coimbra foi ouvir a Apoteose ao Forte de Coimbra, executada pelo conjunto das três Bandas de Música, sob a regência do 1º Tenente Músico, José Antônio de Almeida, gênio da música, que fez a referida composição. Enquanto a Banda tocava a Apoteose, os canhões do histórico Forte se alternavam com os canhões da Flotilha de Mato Grosso, numa salva de 21 tiros, saudando os heróis do Forte e a sua protetora Nossa Senhora do Carmo!
Todas as casas de Coimbra ostentavam flâmulas nas cores verde e amarela, de seda, que foram confeccionadas pela Irmandade de Nossa Senhora do Carmo, cujo provedor era o Cabo Ramão Bernardes Pereira. As senhoras Luzia, Edna, Cenira foram as costureiras das referidas flâmulas.
J L Parreira, numa viatura, conduzida pelo Cabo Osvaldo José Pereira, levou uma rosa natural para cada casa de Coimbra. A primeira rosa foi colocada aos pés da Virgem do Carmo, a Rosa Mística!
A História de Coimbra tem o seu poeta mor no General de Exército Raul Silveira Mello que a escreveu, com profundidade e singular honestidade intelectual, em três volumes e mais um adendo. Durante 10 nos, o Gen Ex Silveira de Mello manteve diálogo epistolar com o Sgt Parreira. Esse valioso epistolário foi doado ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.
A história ia caminhando para o oblívio; no entanto, em 2013, Nossa Senhora do Carmo suscitou no Comandante Militar do Oeste, General de Exército João Francisco Ferreira, o ideal de realizar a 1ª Jornada Cultural no Forte de Coimbra.
O evento foi marcante, inesquecível. Indubitavelmente, o mais importante após o bicentenário em 1975.
No dia 10 de dezembro de 2013, foi lançado o mais belo livro sobre o Forte de Coimbra, cuja consecução teve a decisiva ação do Coronel Robson de Oliveira junto aos autores e à editora, em Brasília-DF.
A apresentação da obra encerrou-se com a frase: "... porque, realmente, Nossa Senhora do Carmo é a Rainha da Paz!", proferida pelo autor dessas letras.
Em 2014, realizou-se mais uma Jornada Cultural no Forte de Coimbra para celebrar o sesquicentenário do primeiro choque de armas da Guerra do Paraguai que se deu, em dezembro de 1864, quando 3200 combatentes paraguaios atacaram o Forte.
Para falar sobre esse fato, o Comando Militar do Oeste convidou o advogado, polemólogo, historiador Luiz Eduardo S. Parreira.
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